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quinta-feira, 24 de maio de 2012

ESTOU DOENTE / Je Suis Malade LARA FABIAN

 

 

Estou Doente

 Não sonho mais,

Não fumo mais,
Já nem sequer tenho historias,
Sou suja sem ti,
Eu sou feia sem ti,

Como uma orfã num dormitório,

Não tenho mais vontade de viver a minha vida,
Minha vida pára quando vais,
Eu não tenho mais vida e até a minha cama,
se transforma num cais,
Quando tu partes.

Estou doente,
Completamente doente,
Como quando a minha mãe saía à noite,
E me deixava sozinha com meu desespero,

Estou doente,
Perfeitamente doente,
Tu chegas, nunca se sabe quando,
Tu partes, não se sabe nunca para onde,
E vai fazer dois anos,
Que não dás a mínima!

Como a um rochedo,
Como a um pecado,
Eu estou agarrada a ti,
Estou cansada,
Estou exausta,
De aparentar felicidade,
Quando eles estão cá,
Bebo todas as noites,
Mas todos os Whiskies,
Para mim tem o mesmo sabor,
E todos os navios levam tua bandeira,
Não sei mais para onde ir, estás em todo lado.

Estou doente,
Completamente doente,
Verto o meu sangue em teu corpo,
E sou como um pássaro morto,
Enquanto tu dormes,

Estou doente,
Perfeitamente doente,
Privastes-me de todos os meus cantos,
Esvaziastes-me de todas as minhas palavras,
No entanto eu tinha talento antes da tua pele,

Esse amor mata-me,
Se continuar assim,
Vou morrer sozinha... comigo,
Perto do meu rádio,
Como uma criança idiota,
Ouvindo minha própria voz que cantará.

Estou doente
Completamente doente
Como quando a minha mãe saía à noite
E me deixava sozinha com o meu desespero
Estou doente
É isso! estou doente!
Privastes-me de todos os meus cantos,
Esvaziastes-me de todas as minhas palavras
E eu tenho o coração completamente doente
Cercado de barricadas
Estás a ouvir? Estou doente...
                                                                                     

Je Suis Malade   

                                                                 
Je ne rêve plus,
Je ne fume plus,
Je n'ai même plus d'histoire,
Je suis sale sans toi,
Je suis laide sans toi,

Comme une orpheline dans un dortoir,

Je n'ai plus envie de vivre ma vie,
Ma vie cesse quand tu pars,
Je n'ai plus de vie et même mon lit,
Se transforme en quai de gare,
Quand tu t'en vas.

Je suis malade,
Complètement malade,
Comme quand ma mère sortait le soir,
Et qu'elle me laissait seule avec mon désespoir,

Je suis malade,
Parfaitement malade,
T'arrives on ne sait jamais quand,
Tu pars on ne sait jamais où,
Et ça va faire bientôt deux ans,
Que tu t'en fous.

Comme à un rocher,
Comme à un péché,
Je suis accroché à toi,
Je suis fatiguée,
Je suis épuisée,
De faire semblant d'être heureuse,
Quand ils sont là,
Je bois toutes les nuits,
Mais tous les whiskies,
Pour moi ont le même goût,
Et tous les bateaux portent ton drapeau,
Je ne sais plus où aller tu es partout.

Je suis malade,
Complètement malade,
Je verse mon sang dans ton corps,
Et je suis comme un oiseau mort,
Quand toi tu dors,

Je suis malade,
Parfaitement malade,
Tu m'as privé de tous mes chants,
Tu m'as vidé de tous mes mots,
Pourtant moi j'avais du talent avant ta peau.   

Cet amour me tue,
Si ça continue,
Je crèverai seul avec moi,
Près de ma radio,
Comme un gosse idiot,
En écoutant ma propre voix qui chantera.

Je suis malade,
Complètement malade,
Comme quand ma mère sortait le soir,
Et qu'elle me laissait seule avec mon désespoir,
Je suis malade,
C 'est ça, je suis malade,
Tu m'as privé de tous mes chants,
Tu m'as vidé de tous mes mots,
Et j'ai le coeur complètement malade,
Cerné de barricades,
T'entends je suis malade.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

PORQUE ME OLHAM? poema de Natália Nuno (rosafogo)





Um pouco de tudo, um pouco de nada

Vou à frente, vou cansada.

Espero a vez...

Porque me olham? Ah sei... talvez!?

Porque nenhum de vós conhece a caminhada.

Cada dia é um milagre a acontecer

E o coração começa a apertar-se

Mas eu quero escrever, escrever...

Até sentir a morte a mim a chegar-se.




Vai longe o passo da partida

Aproxima-se o passo da chegada

Caminhei tão distraída!?

Que cheguei em menos de nada.




Trago comigo a dor da saudade

Mas enquanto escrevo sou imortal

Mesmo agora que já é tarde

Escrevo, escrevo e afasto o mal.

Escrevo, ignoro para quem

Escrevo palavras despretensiosas

Quem sabe não haja alguém!?

Que sinta nelas o odor das rosas.




Eu sei que vivo de ilusões

Mas trago ainda a coragem

Ao escrever, passam todas as aflições

E até esqueço que estou de passagem.

Esta escrita não me dá tréguas, tenho de escrever

Podeis até rir à vontade

Hei-de escrever até morrer

Depois? Depois podeis tudo rasgar!

Enquanto me der saudade

De tudo quanto amei e hei-de amar

Cantarei, até à loucura,

Tal é minha necessidade.

Desta doença sem cura.




rosafogo
natalia nuno

terça-feira, 15 de maio de 2012

AO AMOR ANTIGO poema de: Carlos Drummond de Andrade


Ao Amor Antigo

 

O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.

O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.

Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
a antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.

Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.

Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 14 de maio de 2012

AlÉM-TÉDIO poema de Mário de Sá Carneiro




Nada me expira já, nada me vive …
Nem a tristeza nem as horas belas.
De as não ter e de nunca vir a tê-las,
Fartam-me até as coisas que não tive.

Como eu quisera, enfim de alma esquecida,
Dormir em paz num leito de hospital...
Cansei dentro de mim, cansei a vida
De tanto a divagar em luz irreal.

Outrora imaginei escalar os céus
À força de ambição e nostalgia,
E doente-de-Novo, fui-me Deus
No grande rastro fulvo que me ardia.

Parti. Mas logo regressei à dor,
Pois tudo me ruiu... Tudo era igual:
A quimera, cingida, era real,
A própria maravilha tinha cor!

Ecoando-me em silêncio, a noite escura
Baixou-me assim na queda sem remédio;
Eu próprio me traguei na profundura,
Me sequei todo, endureci de tédio.

E só me resta hoje uma alegria:
É que, de tão iguais e tão vazios,
Os instantes me esvoam dia a dia
Cada vez mais velozes, mais esguios...

Mário de Sá-Carneiro

domingo, 13 de maio de 2012

MAGIA poema de Lila Marques



Sou nascente vultosa
A desaguar
Em teu leito
Sou rosa
A brotar no teu peito,
Sou luz percorrendo o teu corpo,
Sou olhar
Que te admira
Absorto!

Sou gemido
Saindo das minhas entranhas
És cantiga
Que me acende chama tamanha
Somos sol, calor, juventude,
Arrebol, mar sereno, quietude.

Tu adentras meu silêncio fecundo
Silencias e me olhas profundo,
Somos ondas que se propagam no ar
Na força física contida nesta magia
Inexplicável e intraduzível
De amar.


Lila Marques.


MINHA AMIGA Poema de Vóny Ferreira



MINHA AMIGA

(À Poeta e amiga Lila Marques)


Germina a goiaba

Enquanto subo o coqueiro
Que altivo espreita o céu
E se ofusca com o sol.

Diz-me… minha amiga


Porque sondo as fontes
No deserto das palavras?
Como se matasse a sede
E desafiasse as escarpas?


Agora que o sol se esconde
Atrás de um mar invencível
E os rios correm sem pressa
De seduzir um mar distante
Ah... eu vejo a luz do dia
À procura do horizonte!


Diz-me, minha amiga...


Porque chora a mangueira
Grávida de flores e de chuva
No infinito da memória
No calcário que há em mim…?

(VÓNY FERREIRA)

sexta-feira, 11 de maio de 2012

DESENCONTRO Poema escrito por Vanda de Freitas Bezerra









 DESENCONTRO
Poema escrito por
Vanda de Freitas Bezerra
Sigo à procura de mim mesma
Nos caminhos da incerteza
Em sonhos beijo su’alma
Seu terno olhar me dá calma
E uma sossegada beleza.
Desperto-me. É outro dia.
Lá se foi toda magia
O encanto se perdeu ...
Eu me encontro no DESENCONTRO
De minh’alma tão sombria
..................

CANÇÃO GRATA poema de Florbela Espanca




Por tudo o que me deste
inquietação cuidado
um pouco de ternura
é certo mas tão pouca
Noites de insónia
Pelas ruas como louca
Obrigada, obrigada

Por aquela tão doce
e tão breve ilusão
Embora nunca mais
Depois de que a vi desfeita
Eu volte a ser quem fui
Sem ironia aceita
A minha gratidão

Que bem que me faz agora
o mal que me fizeste
Mais forte e mais serena
E livre e descuidada
Sem ironia amor obrigada
Obrigada por tudo o que me deste

Por aquela tão doce
e tão breve ilusão
Embora nunca mais
Depois de que a vi desfeita
Eu volte a ser quem fui
Sem ironia aceita
A minha gratidão

Florbela Espanca

TEU CORAÇÃO CHORA Poema de ROSANGELA COLARES

                                                              Este belo poema lido por: VÓNY FERREIRA
Você fala de um amor incerto
Alguns caminhos que se perdem entre os anos
Você fala do vento que empurra as emoções
Em meio as nuvens correntes

Eu olho para você desaparecendo outra vez
Mãos na cabeça, procuras entender
Tenta agarrar, inventar uma felicidade diferente
Mas o amor é implantado e chora teu coração

Falas de um tempo em que o amor foi roubado
Dos olhares se afogando na luz de uma estrela
De uma felicidade que reveste as almas
Você fala de um tempo feliz, ainda chove em seu Coração

Vou olhar para o fundo do esquecimento, onde
o meu coração esta adormecido
Da minha janela o silêncio perturbador
Meu coração sem ruído, gostaria de rasgar as sombras
Traga a frieza de sua alma, um canto de perseguição, o sol, o tédio

E vou falar das estrelas que brilham,
e o que vejo em seus olhos.
De todos esses sonhos, e você pode estender seus braços
Essa força que mostra que a vida vem do coração,
E que bate um vento tão forte
Teu coração chora. Mas, o amanhecer subirá primeiro que tuas lágrimas
É só querer



Da Poeta Brasileira (AMORA) Outonal...

E havia no céu uma pedra amarela que volta e meia deixava-se derramar por sobre o meu corpo. E, depois de passados alguns sorrisos, era essa chuva de abril que entrava pelas frestas da memória, noturnando a vida. Era assim o desfile das horas no encalço do teu perfume; teu nome, em letras de fôrma, e a inscrição do impossível. E havia ainda, atrás da porta do nunca, uma música pobre - estandarte de nós dois – tremulando. E depois de passados o sódio e o silêncio, era a alegria de maio que me agudizava o corpo, justificando o nada. Era assim a procissão dos dias, na intencionalidade da dor; tua ausência servida em pedaços e a repetição do novo. (AMORA)

 "Era o meu sonho ter várias vidas. Numa eu seria só mãe, em outra vida eu só escreveria, em outra eu só amava"


segunda-feira, 7 de maio de 2012

Adoração poema escrito por Karinna



E Eu beijo-te com todo o tempo
como se palavras fossem deuses
e nós somente adoradores
sedentos do Amor que nos nutre...

E Eu beijo-te com todo o céu
como se versos fossem nossas estrelas
e nós somente amantes lunares
orbitando rotas sem tréguas...

E Eu sonho-te beijo presente
quero-o aqui e agora
por entre minhas lágrimas
-saudade dorida-
marcando minha face silente...

E eu beijo-te, para sempre
Karinna*

domingo, 6 de maio de 2012

AS CORES DE ABRIL Toquinho & Vin�­cius

VIDEO FORMATADO PELA POETA Vanda de Freitas Bezerra

As cores de abril,
Os ares de anil,
O mundo se abriu em flor.
E pássaros mil,
Nas flores de abril,
Voando e fazendo amor.
O canto gentil
De quem bem te viu
Num pranto desolador.
Não chora, me ouviu,
Que as cores de abril
Não querem saber de dor.
Olha quanta beleza,
Tudo é pura visão
E a natureza transforma a vida em canção.
Sou eu o poeta quem diz:
Vai e canta, meu irmão,
Ser feliz é viver morto de paixão.
..........................

sábado, 5 de maio de 2012

Vinte Poemas de Amor – XX Pablo Neruda




Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Escrever, por exemplo: "A noite está estrelada,
e tiritam, azuis, os astros lá ao longe".
O vento da noite gira no céu e canta.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu amei-a e por vezes ela também me amou.
Em noites como esta tive-a em meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.
Ela amou-me, por vezes eu também a amava.
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que já a perdi.
Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho.
Importa lá que o meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo.
Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
A minha alma não se contenta com havê-la perdido.
Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a.
O meu coração procura-a, ela não está comigo.
A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores.
Nós dois, os de então, já não somos os mesmos.
Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei.
Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido.
De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos.
Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda.
É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.
Porque em noites como esta tive-a em meus braços,
a minha alma não se contenta por havê-la perdido.
Embora seja a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.
Pablo Neruda