São imensos os dias abandonados
Nos atalhos onde o tempo se pisa
Com as sombras dos nossos olhos.
São as olheiras recauchutadas
Que vão enganando o instante espesso
Em que os minutos liquidificam o olhar.
Chorar nem sempre é sinónimo de perda
Ou quiçá de saudade avessa
Mas tão só uma pedra no nosso caminho
Que ora floresce ora vira desatino.
(Vóny Ferreira)