Sou filha do desencontro
Da agonia e da improbabilidade
Da fantasia e da desigualdade
Da intempérie tenebrosa na noite escura
Do desenlace e da loucura
Do desejo e da necessidade
Do desencanto e do frio
Da incongruência e do vazio
Do acaso e da perdição
Do grito de dor e da solidão
Da incompreensão e do desalento
Da indiferença da perturbação
Sou filha do sopro
Semente sem guarida
Sem laços perdida
Consciência que levanta os olhos ao céu
Que reacende a luz em gélido breu
Porque a centelha de vida é mais forte que a morte
O equilíbrio mais forte que a desigualdade
A mentira mais infame que a verdade
O bem mais poderoso que a maldade
Chamem-me louca tarada mal-amada
Falsa cruel desequilibrada
Pouco me importa
Pois em cada um de nós há sempre a personagem
Pronúncio da sensatez perfeição amabilidade
Que é aplaudida pela audiência
E a personagem que mina as regras
Esquece os bons costumes
Combate os infames
Porque a norma somos nós que a fazemos
A vingança está em ultrapassar o preconceito
Em ser dona e senhora do meu leito
Porque a vida me trocou as voltas
Entre a ambição e o ser
Entre o perfeito e o defeito
Entre nada ter e ter direito!!
AnaMariaOliveira
2 comentários:
Obrigada Vony mais uma vez pelo incentivo e apreço que dás a quem tem uma premência enorme em escrever...
Abraço de amizade
Não me agradeças Ana, para mim és uma das poetas que não dispenso ler e está aqui por mérito própria. Obrigada amiga, bjs
Vóny Ferreira
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