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sexta-feira, 11 de maio de 2012

CANÇÃO GRATA poema de Florbela Espanca




Por tudo o que me deste
inquietação cuidado
um pouco de ternura
é certo mas tão pouca
Noites de insónia
Pelas ruas como louca
Obrigada, obrigada

Por aquela tão doce
e tão breve ilusão
Embora nunca mais
Depois de que a vi desfeita
Eu volte a ser quem fui
Sem ironia aceita
A minha gratidão

Que bem que me faz agora
o mal que me fizeste
Mais forte e mais serena
E livre e descuidada
Sem ironia amor obrigada
Obrigada por tudo o que me deste

Por aquela tão doce
e tão breve ilusão
Embora nunca mais
Depois de que a vi desfeita
Eu volte a ser quem fui
Sem ironia aceita
A minha gratidão

Florbela Espanca

2 comentários:

Unknown disse...

A vida encarrega-se de nos pontapear
para que cresçamos sempre mais um pouco, ou quiçá... para que saibamos que os sonhos que fazem parte muitas vezes das nossas horas, são como bolinhas de sabão, desfazem-se num ápice. O pior é o sofrimento que fica. Mas o fundamental é que nos libertemos da raiva para voltarmos a ser felizes e a aceitar o percurso do tempo tal como ele é.
Adoro este poema da Florbela Espanca e se o tivesse que dedicar a alguém seria a ti, amiga. De sempre e para sempre....
Vóny Ferreira

Blog da Vanda disse...

Belíssimo, de fato!!!

bjusss
vanda.