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terça-feira, 15 de maio de 2012

AO AMOR ANTIGO poema de: Carlos Drummond de Andrade


Ao Amor Antigo

 

O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.

O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.

Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
a antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.

Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.

Carlos Drummond de Andrade

2 comentários:

Blog da Vanda disse...

Carlos Drummond... um gênio poético!!!

Lindo poema.

Você realmente sabe onde encontrar o que nos fascina, Vóny.

bjusss
Vanda.

Unknown disse...

obrigada amiga
beijos